Entre ato
Em redor
de mim
distantes faces se apresentam no palco
Dizem olá e saem
soturnas,
sinistramente envolvidas
em gases diáfanos
Sobem ao céu do teatro estrelas
reluzentes
caindo sobre a sombra
do ator
principal
A peça se desenrola em dois atos
Há choro, velas
e contribuindo com tudo
um gato
Fecha o pano
O ator se despede
Entre linhas
do cenário
o gato se esconde
e observa
Que ator entrou no palco agora?
Neste palácio desmontado
com uma caverna ao lado?
Que faz ele sem alarde?
Atentar ao fato
de que não há mais passagem
para
tarde
Entregam-se os bilhetes
Soturnos
os atores se olham
Ninguém na platéia
O espaço vazio aplaude
e todos ficam felizes.
Fim
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