quarta-feira, 6 de março de 2019

Boteco




Aqui neste beco
me entrego
procurando aos berros
a imagem que soa

Passei a vida
pensando
não conclui
nada de interessante
nada de forte
como um trago
que me 
leva
a morte

Uma vida difícil
como quantas
antes de mim
e nos periódicos
ares condicionados
na estante
de alguém

É melhor do que outras?
tanto faz

uma a mais
no perfil do garçom

Porém
o homem que leva
o embrulho enrrolado
em papel amarelo

a menina que faz aniversário
com bolo
e guaraná

estas sim



Eu 
antes de mim
alguém que entenda ser
aquilo que não
é

Hora mortal
então

num rasgo
engasgo
o que pratiquei
mesmo medo de sempre
perdido sempre
estar ausente
e o remédio 
me acompanha
doce amargo
o cigarro

E fico aqui
com cervejas e fritas moço
pagando meu pedágio
com a mendiga
para que ela 
me 
abençõe
me
absolva

terça-feira, 8 de agosto de 2017

Nau













Além do passo
 desta jornada,
que  a alguém dou
 no meio da estrada
o meu sapato velho
que deixei cair
 às margens
dos rios
de onde parti.


quarta-feira, 1 de março de 2017

This is not America

 
 
Minha mente
ainda corre
e eu não posso
parar


Haaa
sangue
no ar

coisas obscenas
em cena

poços de petróleo
jogados no mar

haaa

sangue
no ar
 
Polícia
sem lei
 
Política 
sem lar

o final parece triste
filme noir

haaa

sangue no ar

Mas não

espere
o que é aquilo
um pássaro
um avião?

Não

Não deixe de amar

Há sangue no ar

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

CASAREDO







Resultado de imagem para moça bonita


















Ela mediu
ao todo
o salto

Indo além
alto


Seriam as mesmas

pelos  

mesmos



Casaredo



quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Dripping



Democrart_Jackson_Pollock_Obra1

Arrumo rumores
de gavetas
 entre
laçadas

ao redor
do 
interno
desterro

No partido
escaninho
 deste aparador
sem fim
que move moinhos
 dentro 
de mim

acorrentando
o mal do passado
traçando algo
amargo
do estar aqui a deriva

Sem mar a ver
o que deva acontecer
deste saber

Do meu lado
ao meu lado

Esta coisa
imensa

saber o fim

da memória
de mim

terça-feira, 7 de junho de 2016

URSS



'O Sinal'



Então
nos
encontramos

Neste
espaço
inermediário
intermidiático

Com quantas
lentes
resumimos o passado?

Estes escravos do destino
de quem fez
a foice
e o martelo

sem nada a temer

De criativas
criaturas
algozes sem nome

Dos que descreveram o tempo
perdido
entre sussurros
e
gemidos

Isto é

não como todos

mas sem fim
de fazer

Encontrar
o fim
ser alguém
sem ninguém
de lado a lado
da esfera
clássica
em favor
 da humanidade


Eu digo

sinto muito









LLLLLLLLLLLLLLLLLLLLLL

sexta-feira, 20 de maio de 2016