quarta-feira, 26 de março de 2014

Tarde

BBC

O olho
a noite

Percruta o olhar
de quem escuta

Escrita a dúvida
nasce o ódio
de mim mesmo
a esmo

Destrói carreiras
de tijolos
assentados no vão
da varanda

Salta aos
olhos
o que permanece
na mente

Vai esvaindo
cansado
o dardo

Arremessado
pelo arco
da morte

Eco do ódio
raiva e lamento

Estar assim
oprimido 
pelo
sentido


Ouso dizer
que não é
meu

Afasta-te de mim
afasta-se o fardo

Já não ódio

cansaço

De tardes sem fim
no calor esmaecido

da poeira na
janela

Em vendo então
o que sente
olho de novo
na mente

Tive ódio

passou

Agora o tédio

da raiva contida

desta prisão

 minha mente



Assim contente

por contentar a mim mesmo

Assoo o nariz
sem mágoas

só tristezas
de emoções
vãs

que vão
de contrário
ao mim mesmo

Seja então
o fim que fiz
para sentar na nuvem
da eternidade
à tarde
sentindo




terça-feira, 25 de março de 2014

 
 
http://sobreamorerestoshumanos.blogspot.com.br/2010/10/palhaco.html
 
 
Noites escuras
de lamentos feridos

pássaros que voam
ao longe

selecionando sementes
para uma futura colheita

Alheio a mim

percebo
como me sinto
 
Triste
e acabrunhado
por não ter nada a dizer

É longa a noite escura

troveja relâmpagos
que não vejo
pela mistura de sons
que não sinto

Nem assim fico
longe
de onde prefiro estar


 
Lamento

que eu viva em solidão
com tantas artes
para fazer

sem ter que mostrar
a ninguém

Arte pura

se é que isto existe

incômoda
para mim mesmo


digo  só

Lamento não ter palavras
mesmo que fúteis
para alegrar
a paisagem
 
 
pois a textura desta linha
 tem o gosto
amargo
do fim