Ausente
Estou ausente
Não sai de mim mesmo
mas de dentro de mim
parti para muito longe
Quero chegar lá
por isto saí
Deixei o meu corpo
a espera
de mim mesmo
Enquanto aguarda
ele se ocupa
em distrações pueris
como
trabalhar
cuidar
da casa
comer
dormir
Não sei para onde fui
De vez em quando
me lembro de onde estive
e procuro me afastar
de quem eu era
Ausente
Perdido não
ausente
Sem imperfeições no âmago
Deixo para trás
este privilégio
de comodidade
da tenda
de meu eu
Não estou aqui
e espero nunca mais estar
Fluo com o mar
nesta ausência
Voltarei quando?
Quando o inverno chegar
e as geleiras derreterem na primavera
Voltarei em uma nova era
como uma nova espécie
Aqui não há
mais nada
a se fazer
Esperar cansei
por isto ausente
estou
Muito mais que isto
não existo
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