Era tudo
ruínasTransitórias ruínas
do passado
que foi
Como o
ar
que aflora
nas escamas do peixe
Que um dia
foi trazido
ao longe
do mar
Ar que
respiramos
Então
ama
Esquece o passado
Ruínas
de então
sem visão
do que foi
outrora
um convento
com amoras
com pêssegos
no jardim
e monjas
trazendo
preces
aos que encontravam
no caminho
a prece do ausente
Deus
será mesmo Deus?
ao
ouvir
as preces
Será o mesmo Deus
que trouxe
o terremoto
de Lisboa?
Antes foi o fim
agora lembra
o que foi
Em ruínas
de antiga
mente
destruidas
por um
destino
que a todos
ilude
Amiude
se faz presente
o que nós queremos
mas deveras
traz
nestes traços
de cadarços
de sapatos
que foram
de um menino
olhando
ao céu
o estrago
do terremoto
Cadarço
em ruínas
de uma bola
de fogo
encontro conforto
neste Deus
que ilumina
a ruína
que fez
de
nomes
se desfez
de pessoas
talvez
Eu aqui
escrevo
e mesmo assim
não confio
em mim
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