segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Pistis

Solidão e mistério
Em sete ocasiões, servi de guia turístico num rochedo que surge como um dente na parte sudoeste da Irlanda. Sceilg Mhichil, o Rochedo de S. Miguel, ergue-se a 250m fora de água, a cerca de 12 km de terra e só é alcançável por barco com mar calmo. Do sec VI ao sec XII, residia aí uma pequena comunidade monástica, que não excedia doze monges ao mesmo tempo. A sua Regra rigorosa não chegou até ao nosso tempo.
Desligados de quase todas as nossas preocupações secundárias, os seus dias eram passados a recitar o Ofício divino, em oração pessoal e a retirar um parco sustento dum pequeno jardim e dum mar agitado. Não há dúvida que descobriam Deus na sua contemplação das ondas e dos pássaros, da lua e das estrelas. Ficaram alguns nomes, sete ou oito, ao longo de seis séculos. Os poucos túmulos que restaram são anónimos. Aquilo porque estes homens sem nome passaram, para rezarem por toda a humanidade - incluindo nós próprios - desafia a nossa imaginação. 
Devia ser incrível viver num lugar tão invulgar. A beleza da natureza disfrutada na solidão, provocou em mim um deslumbramento total, tanto de dia como de noite. Uma vitalidade e um reconhecimento absolutos habitavam-me naqueles lugares, apesar das condições locais. Não tive revelações especiais.
Simplesmente, confrontei-me com o meu eu mais profundo, com todo o meu passado e as suas loucuras. Sem dúvida que os monges sentiam o mesmo. De qualquer forma, tanto eles como eu convivemos com o Mistério, eles duma forma, eu de outra. Muitas vezes, desejava voltar a este local mágico.
 http://www.lugarsagrado.com/

Em outro texo do meso site havia:

Você é maior
que seus medos
do quesua ansiedade
seus rancores
suas preocupações

Você é até mesmo
maior que seu sofrimento.

Amém

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