É um certo tédio
que me faz escrever
Algo que não sei as vezes
o quer dizer
porque ninguém diz
o que tem
por dentro
Mesmo escrevendo a esmo
a resma se esvai sem faltar
vírgula
Digo sem faltar
vírgula
Ponto de exclamação
Bem
as vezes
virgula
digo sempre
vírgula
aquilo que não quero dizer
Mas o que quero relativamente dizer
Ponto de exclamação
Remédio e tédio
é tedio
Beber da gota
sugar até o fim
o clonazepan
beber até um último trago
que tem gosto de Pêssgo, amargo
Beber do Haldol
que me faz não delirar
Mas não deliro nestas escritas
infinitas
neste gosto de escrevere à esmo
Desgosto
Dez gostos
de sorvete
prefiro chocolate
Os sorvetes bom tem qualquer gosto
contanto que seja chocolate
É o remédio da infância
Tomado em doses cavalares
chega de infância
virgula
vamos falar do passado
ponto
E o passado não me atrai mais do que o presente
Futuro nem existe
Rima contriste
Mas no fim tudo rima com tudo
rima pobre o u
rima rica
infinita
ahh
Porque mais além há uma coisa
inexplicável
Há o que subsiste em minha mente
no chocolate quente
deste verão sem troco
Não troco por nada
pois verão o troco
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