terça-feira, 6 de novembro de 2012

Remédio





É um certo tédio



que me faz escrever





Algo que não sei as vezes

o quer dizer

porque ninguém diz

o que tem



por dentro



Mesmo escrevendo a esmo



a resma se esvai sem faltar



vírgula



Digo sem faltar



vírgula





Ponto de exclamação





Bem



as vezes



virgula



digo sempre



vírgula



aquilo que não quero dizer



Mas o que quero relativamente dizer





Ponto de exclamação





Remédio e tédio



é tedio



Beber da gota



sugar até o fim

o clonazepan





beber até um último trago



que tem gosto de Pêssgo, amargo





Beber do Haldol

que me faz não delirar



Mas não deliro nestas escritas

infinitas



neste gosto de escrevere à esmo





Desgosto



Dez gostos

de sorvete



prefiro chocolate



Os sorvetes bom tem qualquer gosto

contanto que seja chocolate





É o remédio da infância



Tomado em doses cavalares



chega de infância

virgula



vamos falar do passado

ponto



E o passado não me atrai mais do que o presente



Futuro nem existe



Rima contriste



Mas no fim tudo rima com tudo



rima pobre o u



rima rica



infinita

ahh





Porque mais além há uma coisa

inexplicável



Há o que subsiste em minha mente



no chocolate quente

deste verão sem troco



Não troco por nada



pois verão o troco







Nenhum comentário:

Postar um comentário