São altos
de marfim
duros e fortes
continum
na largura
a sentirem o peso
da loucura
que aguarda
a morte
Estremeço
pois além do perigo
atiço
no medo
o correrio
do postigo fechado
Morte
tu
és vida
Para alguns
morte
de flôres
que desabrocham
fenecendo
ao cair da tarde
tarde demais
para os que foram
muito além
um timbre de voz
além de nós
o perigo de fazermos
de ti
o que tu fazes a nós
Apavoramos
ao pensar
no triste
fim
mas o fim não vem
ocorre que
a lua
admira
este
firmamento
e provoca dores
ao infiel
Ao léu
um barco
corre
pelo
rio
a barca dos mortos
levando em si
aqueles que
se foram
Eu morto
admiro
o poente
e acalmo minha
densa dor
com a beleza destas
extensas
maravilhas
que me aguardam
de sorte
na morte
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