sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Morte



São altos
de marfim
duros e fortes

continum 
na largura
a sentirem o peso

da loucura
que aguarda

a morte

Estremeço

pois além do perigo

atiço

no medo

o correrio
do postigo fechado


Morte

tu

és vida



Para alguns

morte

de flôres

que desabrocham
fenecendo
ao cair da tarde

tarde demais

para os que foram

muito além

um timbre de voz

além de nós

o perigo de fazermos
de ti
 o que tu fazes a nós

Apavoramos

ao pensar

no triste

fim

mas o fim não vem

ocorre que
a lua

admira
este

firmamento

e provoca dores
ao infiel

Ao léu

um barco
corre
pelo 
rio 

a barca dos mortos

levando em si

aqueles que

se foram


Eu morto

admiro

o poente

e acalmo minha
densa dor

com a beleza destas

extensas

maravilhas
que me aguardam

de sorte

na morte

Nenhum comentário:

Postar um comentário