sábado, 12 de dezembro de 2009

Escotismo

Olá pessoal, Sempre Alerta!

Como todos vocês, acredito, tive um final de ano de outubro até agora
"fechando o balanço", numa correria danada.

Isto me deu uma desculpa, e tempo, para pensar um pouco sobre
escotismo, para ter alguma coisa a dizer para vocês.

De outubro para cá participei do ELO ( encontro regional de escoteiros), e logo depois participei do ALO(Acampamento
de Lobinhos do Oeste) em São Miguel do Oeste. No ELO minha função foi
chefe de tropa escoteira, no ALO minha função foi de pai-ajudante,
pois meus filhos são lobinhos.

É interessante perceber como duas funções distintas se completam nas
atividades do Escotismo.
Como chefe escoteiro no ELO participei de reuniões de chefia que
estruturaram as atividades já agendadas e durante as atividades
comandei (no sentido de estar presente com) 4 patrulhas de grupos
diferentes, orientado-os e encaminhando-os para as várias atividades.

Decididamente, depois de 3 anos fora do escotismo este primeiro
encontro foi duro para meu corpo. No primeiro dia tive que me ausentar
por 3 horas á tarde por pura estafa. Reestabelecido, no segundo dia
pude acompanhar todas as atividades, mas não aguentei, mesmo querendo,
ficar para o fogo de conselho, indo dormir antes do início.

Coloco isto como uma forma de dizer que cuidar de jovens é algo
bastante desgastante para pessoas como eu de 48 anos, ou mesmo o chefe
do grupo, que por ser o coordenador geral do ELO deveria ganhar uma
medalha só por ter sobrevivido.

Mas a emoção da canção de despedida, rever colegas antigos de outros
grupos, conhecer novos chefes e principalmente poder assistir (no
sentido de cuidar e observar) estes jovens é algo gratificante.

Por que é gratificante?

Vou fugir do script vago de definições. É simplesmente porque a gente
pode ter o privilégio de ver jovens se desenvolvendo e dando o melhor
de si em atividades e relacionamentos que me fazem lembrar um tempo
muito antigo, quase primitivo do tempo das cavernas, onde jovens eram
postos á prova e guiados por membros mais velhos da comunidade, em um
exercício de formação de identidade.

Quero dizer que não vi apenas a alegria do companheirismo. Vi o
esforço para a superação, o exercício de inteligência prática na
resolução de problemas de sobrevivência que eles são colocados à prova
nas atividades, na montagem e desmontagem de acampamento, no preparo
de sua própria alimentação e tantas coisas mais que acontecem em um
encontro como este.

Vi problemas surgirem e serem solucionados, num esforço conjunto que
passava do nível patrulha para o nível grupo para o nível coordenação
de encontro.

Vi pessoas de todas as idades em um local onde se encontraram para
exercitar mente e corpo. Em suma: para praticarem o Escotismo.

E, naturalmente tirei disto um pensamento sobre o Escotismo.

"Escotismo é a prática de atividades que ligam corpo e mente de
jovens, visando de forma indutiva (por trás de tudo) levar a situações
de vida que, podendo ou não gerar conflitos, são mediadas por uma
ordem, uma lei, uma hierarquia, levando o jovem a imprimir em sua
memória registros tão vivos dos problemas, conflitos, emoções e
soluções que vivenciaram, que elas ficam gravadas permanentemente em
sua memória pela vida a fora, estruturando seu modo de viver e suas
reações em sociedade."

Parece um pouco acadêmico, mas é porque eu sou psicólogo. É uma forma
de definir o Escotismo.

Agora, falando de minha experiência de pai-ajudante no ALO posso fazer
outra ligação.

No ALO não tive responsabilidades de chefia, não participei de
reuniões nem atividades. Minha função era estar lá e fazer o melhor
possível para ajudar.

Aí então juntamos chefe e pai.

Pai e Mãe são os que cuidam. Chefes escoteiros são a mesma coisa.

Como naquele momento não era chefe, mas continuava pai e escoteiro,
fiz o que pude para auxiliar.

Auxiliar para mim tem o significado de estar alerta para as
necessidades, e procurar ocupar o espaço que percebo estar vago, sendo
nescessário que alguém faça o trabalho para aliviar ao outro.

É um pensamento escoteiro também, e no ALO pude auxiliar dirigindo meu
carro na caravana de três automóveis que levou a Matilha e o material
para SMO.

Auxiliar foi perceber que na estrada a melhor posição para meu carro
era no meio, o que ajudou a alertar o chefe dafrente quando a tampa da
geladeira de isopor escapou das cordas do reboque de sua caminhonete,e
resgatá-la da estrada sem dano.

Auxiliar foi ficar acordado até as 2:30 horas, para que a Akelá
pudesse descansar melhor enquanto eu fazia a ronda e ainda ajudava um
chefe de outro grupo que precisava ficar de plantão devido a um
lobinho com sonâmbulismo, além de termos juntos, eu e a Akelá
resolvido o problema do zíper da barraca de nossos lobinhos, que tinha
estourado fazendo entrar mosquitos.

Auxiliar foi assumir desmontar as barracas sózinho, desafiando minha
própria idéia de que seria incapaz de fazê-lo, para estarmos mais
rapidamente prontos devido ao temporal que caiu naquele domingo.
E outras coisas que são as conversas e lembranças que fazem do
escotismo uma fonte de "causos" para rirmos depois.

Bem, ligando tudo isto

Para não cansar muito, o que pude perceber é que a melhor forma para
definir escotismo é praticá-lo.

Um comentário:

  1. Olá, Ernensto!
    Legal sua postagem sobre o Escotismo! Despertou curiosidade e, acima de tudo, simpatia pela proposta!
    Conte com nossa parceria, este ano!
    Abraços,
    Carine.

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