quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Palmira






Destruição de templo em Palmira na Síria é “crime de guerra”, diz Unesco











Estive
em ruínas
todos estes anos

Olhavam 
para mim
admiravam
me

Então fui descoberta
pelos capuzes negros

Voltaram-se
sobre mim

desnudaram meu
santuário

Fizeram uma feira
com meus
adereços
meus pequenos detalhes
entalhes

Cortaram tudo
de tudo tiraram
o que era de mim

E fui estuprada por
desdém
de quem acredita
num Deus
como eu acreditara

Morri

explodiram-me

e nada sobrou

Nunca antes
vivi
como agora
entulho jogado fora

peças vendidas por mercadores

e onde estão os
que me amavam?

Onde os que preservaram meu santuário?

Morta morta


Sou esquecida em um noticiário

e aqueles que
me mataram

Que a vingança do Deus
caia sobre eles

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