A vida é um nada
uma carcaça incoerente
ditando inocente
o que devemos fazer
A ter que morrer
do nada
neste inverno
a ter que viver
no nada
neste verão
Renascer
brotar
morrer
de estação em estação
comendo
a si próprio
do infinito longe
ao infinito
perto
Estou com fome
diz distante
e distante
é aprazível
sente o mel da abelha
pousando no céu
escuro de maio
antes do outono que se vai
A vida segue
assim
de leve
do nada aparece
viva e perene
ausente
no firme aumento
do parente
que se foi
A morte segue
este fim
És como causa
de morrer
distante
Sem palavras para contar
medito sobre isto tudo
sobre o que vem e vai
sobre o que sobe e desce
reagindo às marés
mares de abril
aos fogos
de anil
dos montes verídicos
distantes
desta terra
imagine
pondera
sobre o triste fim
da vida eterna
sobre o fim
do gigante
amado e distante
O que enfim
acontece
e devanece no ar?
Para muitos não o nada
Para todos
as vezes o ser
contudo
se esvai no absurdo
da vida gigante
que nada
no nada
Nenhum comentário:
Postar um comentário